Do campo ao mundo: O que as grandes culturas de armazenagem ensinam ao produtor brasileiro?

Octávio Puilslag Pereira
Octávio Puilslag Pereira
Aldo Vendramin revela como armazenagem eficiente eleva a qualidade, reduz perdas e aumenta competitividade internacional.

O crescimento do agronegócio global tem revelado diferentes modelos de armazenagem, como expõe o empresário e fundador Aldo Vendramin, esses modelos são capazes de influenciar diretamente a produtividade, qualidade dos grãos e rentabilidade das operações. Compreender como outros países estruturam seus sistemas de estocagem é essencial para orientar investimentos, reduzir perdas e ampliar competitividade no mercado internacional.

Em um cenário onde eficiência logística é tão valiosa quanto produtividade agrícola, observar as estratégias adotadas pelo mundo se tornou uma necessidade estratégica do produtor brasileiro.

Venha então conhecer alguns dos destaques ao redor do mundo e como você, produtor ou investidor, pode implementar algumas dicas no seu negócio!

Por que a armazenagem é o coração da competitividade rural?

Armazenar bem significa proteger o valor da safra, e como destaca o senhor Aldo Vendramin, os maiores desafios do produtor brasileiro continuam sendo perdas pós-colheita, umidade, pragas, falhas na aeração e distância entre as fazendas e os centros de recebimento. Países com alto nível de industrialização agrícola, como Estados Unidos, Canadá e Austrália, dominam esse processo porque enxergam a armazenagem como etapa estratégica, não apenas como extensão da colheita.

Para Aldo Vendramin, dominar técnicas de pós-colheita é o segredo para transformar safra em valor real no mercado global.
Para Aldo Vendramin, dominar técnicas de pós-colheita é o segredo para transformar safra em valor real no mercado global.

A qualidade do grão armazenado determina:

  • preço de venda,
  • tempo de negociação,
  • capacidade de esperar melhores oportunidades,
  • flexibilidade logística,
  • e até possibilidade de exportação.

Armazenar mal significa perder margens e reduzir valor de mercado.

Estados Unidos: referência em silos on-farm e gestão integrada

Os EUA são, há décadas, o modelo mais consolidado de armazenagem agrícola do mundo. Conforme Aldo Vendramin, cerca de 70% dos produtores americanos possuem estrutura própria de armazenagem dentro da fazenda (on-farm), o que lhes confere total autonomia comercial.

As principais características do sistema americano incluem:

  • silos metálicos com alta capacidade de aeração;
  • sistemas automáticos de controle de temperatura e umidade;
  • sensores digitais integrados a plataformas de gestão;
  • logística interna planejada para trânsito de caminhões e graneleiros;
  • forte cultura de manutenção preventiva.

Esse modelo reduz drasticamente perdas pós-colheita e permite ao produtor decidir quando vender, e não ser obrigado a entregar nos momentos de menor preço.

Canadá: excelência em armazenagem para grãos de clima frio

O Canadá possui uma das cadeias de armazenagem mais tecnificadas do mundo, especialmente pelo desafio climático. Baixíssimas temperaturas, longos períodos de neve e variações extremas exigem tecnologias específicas, como:

  • silos térmicos com isolamento reforçado;
  • sistemas de secagem de alta precisão;
  • uso de aeradores potentes para evitar condensação;
  • monitoramento remoto via satélite ou rádio frequência.

Segundo o senhor Aldo Vendramin, o produtor brasileiro pode utilizar de exemplo o Canadá em como proteger grãos em condições de clima adverso, especialmente nas regiões onde a umidade é elevada ou as chuvas são prolongadas.

Austrália: armazenagem flexível e adaptada ao transporte ferroviário

A Austrália combina grandes distâncias geográficas com um dos sistemas logísticos mais eficientes do agronegócio mundial. O país investe fortemente em:

  • armazéns horizontais (barracões) com piso vedado;
  • unidades de recepção ligadas diretamente a ferrovias;
  • silos comunitários que atendem várias fazendas;
  • estruturas modulares que podem ser montadas e desmontadas conforme a região.

O modelo australiano é uma inspiração para o Brasil em regiões onde a logística ainda é um gargalo, reforçando a importância da integração entre armazenagem, transporte e escoamento.

Europa: sustentabilidade e rastreabilidade como pilares

Na Europa, o foco das estruturas de armazenagem é a conformidade ambiental. De acordo com Aldo Vendramin, países como França e Alemanha estão anos à frente em rastreabilidade, padronização e sistemas de controle de resíduos.

Entre as principais características estão:

  • coleta automatizada de dados;
  • certificados de boas práticas sustentáveis;
  • sistemas de remontagem que reduzem emissão de CO₂;
  • processos rigorosos de controle de micotoxinas.

Esse modelo mostra a direção do mercado internacional: produzir com responsabilidade ambiental e comprovar cada etapa da cadeia produtiva.

@aldovendramin

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Brasil: avanços importantes, desafios persistentes

O Brasil é um gigante agrícola, mas ainda tem carências estruturais, visto que a capacidade de armazenagem não acompanha o volume crescente das safras, o que obriga muitos produtores a vender rapidamente, perdendo poder de barganha.

Por outro lado, o país tem avançado:

  • aumento de silos on-farm em propriedades médias;
  • interesse crescente em secadores automáticos;
  • modernização de armazéns cooperativos;
  • adoção de sensores digitais e aplicativos de monitoramento.

E tal como evidencia o senhor Aldo Vendramin, o Brasil está no caminho certo, mas ainda precisa investir mais em:

  • expansão da capacidade privada,
  • treinamentos técnicos,
  • melhorias em estradas rurais,
  • incentivos à armazenagem dentro da fazenda.

O que o produtor brasileiro pode aprender com o mundo?

Ao observar os modelos internacionais, algumas lições se tornam claras:

1. Autonomia comercial é poder: Ter armazenagem própria permite vender na melhor janela e evita pressão de mercado.

2. Monitoramento constante evita perdas invisíveis: Temperatura, umidade e pragas exigem acompanhamento diário.

3. Logística integrada eleva a eficiência: Estruturas mal posicionadas criam gargalos no escoamento e aumentam custos.

4. Sustentabilidade já é um requisito: Consumidores globais querem produtos rastreáveis, limpos e certificados.

5. Tecnologia não é luxo, é necessidade: Sensores, softwares e automação reduzem riscos e aumentam margens.

Aprender com o mundo para competir melhor

Como elucida o empresário Aldo Vendramin, estudar as culturas internacionais de armazenagem ajuda o produtor brasileiro a planejar investimentos mais inteligentes, reduzir perdas e aumentar sua autonomia. O mundo oferece modelos sólidos, diversificados e aplicáveis à realidade nacional.

Armazenar é proteger o valor da safra, e entender como o mundo faz isso é o primeiro passo para transformar conhecimento em resultado dentro da porteira. Ao investir em nossas necessidades e individualidades obtemos um negócio que irá prosperar com longevidade.

Autor: Octávio Puilslag Pereira

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