O programa Cisternas, relançado pelo governo federal em 2023 como uma das principais políticas de combate à seca e promoção da segurança hídrica, tem avançado com rapidez em diversas regiões do país. Desde a retomada da iniciativa, mais de 68 mil cisternas e outras tecnologias sociais de acesso à água já foram entregues, com um investimento que ultrapassa os 679 milhões de reais. O foco principal são comunidades de baixa renda no Semiárido brasileiro, na região Amazônica e no Rio Grande do Sul, onde a escassez de água afeta diretamente a saúde e a qualidade de vida das populações vulneráveis.
Entre todos os estados, o Ceará é o destaque absoluto em número de entregas de cisternas. Até o momento, mais de 17 mil famílias cearenses já foram beneficiadas com a instalação dessas estruturas que captam e armazenam água da chuva. A meta do governo federal é entregar cerca de 41 mil cisternas no estado até 2026, o que demonstra o compromisso da gestão atual com a redução dos impactos provocados pela seca prolongada na região Nordeste. O uso de cisternas no Ceará tem sido essencial para garantir água potável em escolas, postos de saúde e residências.
O Programa Cisternas tem se mostrado uma alternativa eficaz no enfrentamento das desigualdades socioambientais, especialmente em áreas onde o acesso à água potável é limitado. No caso da Bahia, o número de contratações superou as 41 mil unidades, mas o ritmo de entrega ainda está em 35 por cento. Pernambuco também apresentou um desempenho relevante com 22 mil contratações, sendo cerca de 39 por cento delas já entregues. Mesmo diante dos desafios logísticos e climáticos, esses estados têm trabalhado em parceria com o governo federal para ampliar o acesso à água por meio do programa.
Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul também têm apresentado bom desempenho na execução do programa. Minas entregou quase metade das cisternas contratadas, o que representa mais de 6 mil unidades. A Paraíba seguiu o mesmo ritmo com 46 por cento das tecnologias já implementadas. Já o Rio Grande do Sul se destaca por possuir o maior percentual de execução de todo o país, com 49 por cento das cisternas entregues. Isso demonstra que, mesmo fora da zona tradicionalmente árida do Brasil, a política pública tem se mostrado necessária em outras regiões que enfrentam escassez hídrica.
Além dos estados com maior número de entregas, há também investimentos importantes em locais com menor volume de contratações, mas onde a necessidade é igualmente urgente. O Piauí, por exemplo, já recebeu quase 7 mil cisternas das mais de 21 mil contratadas. No Rio Grande do Norte e em Alagoas, os percentuais de entrega estão próximos de 30 por cento. Sergipe e Maranhão ainda possuem execução abaixo da média nacional, mas as entregas seguem sendo feitas gradativamente conforme a logística e a mobilização das comunidades locais avança.
Na região Norte, o programa Cisternas tem alcançado populações ribeirinhas e indígenas, em áreas remotas onde o abastecimento tradicional não chega. O Pará já recebeu quase 500 unidades, e o Amazonas contabiliza mais de 400 cisternas entregues. Essas ações são vitais para garantir o direito humano à água nessas regiões que enfrentam isolamento geográfico e pouca infraestrutura. A aplicação das tecnologias sociais é adaptada ao contexto de cada comunidade, o que amplia a eficácia das soluções oferecidas.
O avanço do programa Cisternas representa não apenas uma política pública de acesso à água, mas também um passo significativo na promoção da dignidade e da inclusão social. Famílias antes obrigadas a percorrer longas distâncias para conseguir água agora contam com uma fonte segura e próxima de suas casas. Isso reduz o risco de doenças, aumenta o tempo disponível para outras atividades produtivas e melhora as condições de vida de milhares de brasileiros. A participação das comunidades na implementação das cisternas também fortalece os laços sociais e promove o protagonismo local.
Com resultados concretos e metas ambiciosas, o programa Cisternas deverá continuar sendo uma das prioridades do governo federal até 2026. A expectativa é que o ritmo de contratações e entregas seja intensificado nos próximos meses, ampliando ainda mais o impacto positivo nas regiões mais vulneráveis. O sucesso do Ceará como estado líder na entrega de cisternas serve de exemplo para as demais unidades da federação. Ao garantir acesso à água, o Brasil fortalece a cidadania e combate de forma direta os efeitos das mudanças climáticas e da desigualdade social.
Autor: Octávio Puilslag Pereira